Acredite se quiser! A fascite plantar equivale a cerca de 15% de todas as lesões no pé, segundo uma publicação da revista Brazilian Journals. A doença afeta mais gente do que podemos imaginar e acontece quando o tecido mais grosso, que fica embaixo do pé, inflama.
Seu pior sintoma é a dor no calcanhar, mas não o único. Fora isso, não existe segredo para identificar a complicação: é muito fácil. A dificuldade está em conseguir tratá-la.
Continue a leitura para descobrir quais as principais causas da fascite e como fazer uma boa recuperação. Aproveite e esclareça dúvidas também!
O que é fascite plantar?
Fascite plantar ou aponeurose plantar é um trauma ou uma inflamação na membrana de tecido que cobre os músculos da sola do pé. Por ser fibrosa e quase nada elástica, essa membrana já é mais grossa tradicionalmente, então, sua inflamação pode provocar inchaço, rigidez e dor.
Apesar de muito semelhantes, fascite plantar e esporão calcâneo não são as mesmas complicações.
Qual a diferença entre fascite plantar e esporão calcâneo?
Os dois problemas são causados por microtraumatismos ou inflamação no calcanhar, mas, quem tem esporão, pode dizer que tem “cálcio depositado” abaixo ou atrás do tendão de Aquiles – que forma esporas parecidas com a de um galo e por isso o nome.
Nos próximos tópicos, trataremos especificamente da fascite plantar.
O que gera fascite plantar?
Entre os principais fatores de riscos para essa complicação, destacam-se: ter entre 40 e 60 anos, pertencer ao sexo feminino e enfrentar problemas como a obesidade.
Outras possíveis causas da fascite são:
- tensão no Tendão de Aquiles;
- pisada anormal ou pisada errada durante corrida ou caminhada;
- uso excessivo de sapatos de salto;
- longos períodos passados sem sentar;
- uso de sapatos com solas muito finas ou desgastadas; ou
- pés chatos ou arcos altos (pés cavos), como na imagem.
Se identifica com algum dos pontos e sente dor no calcanhar ou dor na planta do pé? Procure um médico!
Quais os sintomas da fascite plantar?
Os principais sintomas da fascite são a dor no calcanhar e/ou a dor na sola do pé, que, geralmente, pioram pela manhã ou depois de muito tempo sentado(a). Pessoas que lidam com a doença também podem sentir o pé mais rígido ou inchado e um incômodo maior com exercício ou atividade física.
Em qualquer situação, recomenda-se procurar um médico ortopedista e realizar exames para o diagnóstico adequado e um encaminhamento correto de tratamento.
Qual é o tratamento para fascite plantar?
Não existe um, mas vários tipos de tratamentos para fascite plantar e todos devem ser recomendados por especialistas. Alguns pacientes optam pelos autocuidados quando a dor é menos intensa, outros precisam de medicamentos e a maioria faz exercícios para a recuperação.
Confira abaixo uma lista com nove alternativas que podem ser mais ou menos viáveis a depender do quadro clínico.
- Compressa de gelo na área afetada.
- Uso de talas noturnas para esticar pé e panturrilha durante o sono.
- Fisioterapia nas áreas da fáscia e do tendão de Aquiles e para fortalecimento dos músculos da perna como um todo.
- Repouso.
- Uso de palmilhas ortopédicas, sapatos ou tênis específicos e com amortecimento extra.
- Ingestão de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, como ibuprofeno e o naproxeno sódico.
- Terapia por ondas de choque prescrita por ortopedistas.
- Aplicação de toxina botulínica também, se prescrita por um médico.
- Cirurgia (apenas em casos extremos).
Agora, entenda de forma mais detalhada a questão da medicação, do autocuidado e da prática de exercícios!
Quais são os autocuidados para fascite plantar?
O melhor autocuidado para a fascite plantar está nas compressas de gelo. Quem enfrenta a condição pode congelar água em uma garrafa pet de 500 ml e, depois, passar a garrafa por toda a sola do pé, rolando-a para frente e para trás durante alguns minutos.
Outra opção é comprar uma bola de tênis ou, de preferência, uma bola de borracha específica para massagem que tenha tamanho semelhante e fazer movimentos com ela embaixo do pé – mudando a direção para cima e para baixo, para um lado e para o outro, e pressionando-a contra a planta do membro.
Evitar algumas atitudes também funciona como forma de autocuidado.
O que quem tem fascite plantar não pode fazer?
Quem tem fascite plantar ou quem deseja evitar o problema não deve ganhar peso muito rapidamente ou deixar de fazer alongamento antes e depois da prática de atividades físicas.
Alguns tipos de sapato devem ser evitados.
Calçados com amortecimento correto e capazes de absorver impacto✔ Sapatos de salto muito alto todos os dias ou calçados com sola fina ou desgastada✖ |
Os médicos também não recomendam andar na ponta do pé ou andar descalço(a) em superfícies duras. Automedicação? De jeito nenhum!
Qual o melhor medicamento para fascite plantar?
O melhor medicamento para tratar fascite plantar será aquele recomendado por um especialista. Na maioria das vezes, esse medicamento ajudará no combate à dor (analgésico) e à inflamação (anti-inflamatório não esteroide).
Em alguns casos, ortopedistas recomendam aos pacientes uma infiltração da região afetada com corticosteróides ou anestésicos, mas, na maioria das situações, a ajuda providencial para o problema vem dos exercícios.
Exercícios para fascite plantar
Quem tem fascite não só pode como deve praticar exercícios, sempre sob supervisão e com acompanhamento. Atividades para alongar os músculos da panturrilha e que ajudam a fortalecer a planta dos pés são essenciais, como as que trouxemos abaixo.
Exercício com toalha
- Sente no chão e certifique-se de que os ossos do quadril estejam bem alinhados e firmes no solo. Mantenha as costas eretas.
- Estique as duas pernas.
- Use uma toalha grande dobrada na horizontal para puxar a ponta de um dos pés na sua direção. Lembre-se de não curvar as costas ou tirar o quadril do lugar.
- Sinta a panturrilha alongando e segure por 30 segundos.
- Repita o mesmo com a outra perna.
Exercício com rolha de garrafa
- Jogue várias rolhas de garrafa no chão.
- Sente-se em uma cadeira próxima às rolhas.
- Usando somente os dedos de um dos pés, recolha o máximo de rolhas que conseguir do chão.
- Repita com o outro pé e, sempre que fizer a “ponta” para tentar alcançar os objetos, sinta a sua panturrilha se fortalecendo.
Sobe e desce para panturrilha
- Suba em um degrau não muito alto, segure-se firme no corrimão da escada ou em algum apoio e posicione o seu corpo de forma que somente os calcanhares fiquem para fora do degrau.
- Alinhe as pontas dos dois pés.
- Faça movimentos com o corpo para cima e para baixo, colocando a sua força na ponta dos pés e sentindo que a panturrilha se estica a cada subida e descida. Repita algumas vezes e descanse.
Você pode subir o corpo e ficar um tempo com todo o peso apoiado somente na ponta dos pés, deixando os calcanhares no ar e sentindo o alongamento causado pelo exercício das panturrilhas. Nesse caso, depois também precisará descer o corpo, passando a altura do degrau para alongar no sentido inverso.
A prática constante dos exercícios com certeza vai ajudar na sua recuperação!
Fascite plantar tem cura?
Quando tratada da maneira adequada, a fascite plantar tem cura, sim. Melhorar desse tipo de problema não acontece de uma hora para a outra e, na verdade, a recuperação de questões que ocasionam dores na fáscia costuma ser bem demorada.
A maioria dos pacientes vê melhora passados cerca de 10 meses de tratamento e os médicos costumam esperar mais ou menos o mesmo tempo para decidir, por exemplo, pela recomendação de algum cuidado mais invasivo, como cirurgia ou infiltração.
Apesar da recuperação lenta, se você enfrenta o problema, não desista! Uma fascite não tratada pode virar doença crônica, prejudicar a sua caminhada e até ocasionar lesões nos quadris, na coluna ou nos joelhos.
Boa sorte no processo e fique firme!
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