Treinamento desportivo: o que é, princípios e tipos

Quem procura melhorar seus rendimentos e desempenho esportivo pode se surpreender com os benefícios do treinamento desportivo. Quer saber mais? Confira o artigo a seguir.

Por Redação 03 de Novembro de 2021 - Atualizado em 03 de Novembro de 2021 6 min. de leitura

Treinamento desportivo

O treinamento desportivo é realizado e planejado por um profissional da área de educação física para o seu aluno de acordo com o objetivo idealizado pelo atleta. Esse objetivo pode ser uma competição ou simplesmente o desejo de aumentar o rendimento físico.

O profissional deve preparar o treino com base nos princípios do treinamento desportivo que devem ser seguidos para atingir os benefícios que esse tipo de atividade oferece.

O que é treinamento desportivo?

Em outras palavras, trata-se de um conjunto de exercícios físicos de longa duração e com complexidade mais intensa, com o objetivo de desafiar e melhorar o desenvolvimento do praticante.

Porém, não basta o atleta criar sozinho um treino com exercícios mais intensos e longos, é preciso que essas atividades estejam interligadas e sejam executadas de maneira progressiva de acordo com os princípios da modalidade.

Basicamente, o profissional de educação física deve desenvolver um planejamento individual respeitando as necessidades e a capacidade fisiológica do atleta.

Alguns instrutores executam o treinamento em grupo, porém, é importante ressaltar o cuidado individual com cada atleta, afinal, cada organismo responde de maneira diferente aos estímulos.

Quais os princípios do treinamento desportivo?

Como mencionado no início do texto, essa modalidade segue uma linha de princípios que devem ser considerados pelo profissional no momento em que o treino for planejado. Confira abaixo alguns deles.

1.  Adaptação

Trata-se de levar o corpo e organismo do atleta a encontrar equilíbrio em cada desafio e ambiente onde será realizado o exercício.

2.  Continuidade

Basicamente, a continuidade é o esclarecimento de que, para desfrutar dos ganhos com o treino, o atleta deve realizar os exercícios durante um determinado período, sem que haja falhas ou pausas significativas.

3.  Especificidade

O profissional deve criar uma ficha técnica explicando cada exercício de maneira sistemática, dando as coordenadas necessárias referentes à execução e aos aspectos energéticos gastos e adquiridos com a atividade.

4.  Individualidade biológica

Entender que cada atleta possui uma carga genética individual e que as atividades precisam ser executadas de acordo com as características individuais também é um princípio importante no processo de treinamento desportivo.

5.  Interdependência de volume ou intensidade

Este princípio se baseia na aplicação do volume versus a intensidade do exercício ou vice-versa, utilizando ambos fatores de forma inteligente e eficaz.

6.  Reversibilidade

Nada mais é do que entender que o organismo pode voltar à mesma condição do pré-treino caso o indivíduo não dê continuidade ao treinamento e ao estilo de vida estabelecido junto ao profissional de educação física.

7.  Sobrecarga

A questão de respeitar o tempo necessário de descanso também é fundamental, lembrando que esse período deve ser proporcional à intensidade do exercício.

8.  Treinabilidade

Controlar a quantidade de treinos também é parte primordial no processo do treinamento desportivo, entendendo que o excesso de prática e a falta de sobrecarga podem acarretar em lesões que dificultam o ganho de resultado.

Quais os benefícios do treinamento desportivo?

São muitos os benefícios desse treinamento que impactam diretamente na qualidade de vida e de trabalho de quem o pratica.

Para facilitar, listamos abaixo algumas das vantagens mais comuns, que podem ser notadas com poucos meses de treinamento. Veja só!

  1. Prevenção de problemas físicos.
  2. Aumenta o controle cognitivo.
  3. Melhora o rendimento no trabalho, em reuniões e estudos.
  4. Desenvolvimento da saúde óssea.
  5. Maior motivação para a prática das atividades.
  6. Aumento da competitividade saudável.
  7. Melhora o rendimento físico.
  8. Ajuda no combate ao estresse, depressão e ansiedade.

Por último, é importante ressaltar que os benefícios são resultados de um treinamento executado de maneira correta, respeitando os limites, necessidades e objetivos do atleta e os princípios básicos citados acima.

Como montar um planejamento do treinamento desportivo?

Existem muitas técnicas para montar um plano eficiente e de acordo com o objetivo do atleta.

É preciso ressaltar que a maioria desses conceitos que auxiliam o planejamento são desenvolvidos visando o praticante como um profissional, alguém que irá competir futuramente.

Por isso, a divisão é planejada de acordo com a preparação, a competição e o período pós-competição.

Existem várias nomenclaturas para esses períodos e, abaixo, esclarecemos um modelo básico de planejamento, considerando a periodização e a evolução do atleta profissional.

Lembrando que, caso o indivíduo não seja um profissional do esporte e deseje apenas participar dos treinamentos desportivos com o objetivo de evolução e rendimento pessoal, o planejamento dessas atividades deve respeitar o limite físico do indivíduo.

Treinamento desportivo: estruturação e periodização

O modelo mais tradicional é estruturado por períodos de treinos e foi desenvolvido por Leev Pavlovitch Matveiev, um pesquisador russo especializado em periodização de treinamentos.

Ele visa auxiliar os competidores de diferentes modalidades que buscam como objetivo melhorar seus rendimentos e desempenho como atletas profissionais.

O pesquisador russo considerou em seu treinamento alguns fatores que por vezes fogem do controle do atleta e do treinador, como condições climáticas, biológicas e calendário esportivo.

Periodização de treinamento desportivo

O treinamento precisa ter uma periodização dividida em três categorias, conhecidas como preparatório, competitivo e transição.

Período preparatório: é subdivido em preparação geral e preparação específica. Essa etapa auxilia o atleta a estar apto para a competição, objetivando seu melhor preparo físico, além de habilidades de força, agilidade e resistência.

Nesse modelo de periodização, o atleta deve iniciar seu treinamento de maneira mais leve, aumentando progressivamente a complexidade dos exercícios, para que, na próxima etapa, seu corpo esteja na melhor forma esportiva.

Período competitivo: ao chegar nessa etapa, o atleta deve estar com seu preparo físico pronto para a competitividade, realizando treinos intensos e estabilizados que serão mantidos até o dia da competição.

Durante esse período, o treinador precisa auxiliar o atleta com o preparo físico e psicológico, pois o indivíduo nervoso ou com baixa concentração pode cometer pequenos erros de execução, aumentando a possibilidade de lesões musculares.

Período de transição: após a competição, o treinador estabelece um intervalo de transição para o atleta, diminuindo a intensidade dos treinos para que ele se recupere dos períodos anteriores.

Isto é, o período de transição não conta como uma inércia total, porque é preciso manter a evolução do treinamento desportivo. Portanto, é fundamental que os treinos sejam apenas reduzidos em prol do descanso muscular, para que não aconteçam lesões ocasionadas por overtraining.

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