Para garantir segurança em seus eventos esportivos, você precisa ter clareza das características do próprio evento! Não confunda gato com lebre: momentos recreativos são diferentes daqueles 100% competitivos, por exemplo, e uma plateia é muito diferente de uma torcida.
Se a data planejada por você for mais pela diversão, pergunte-se: vai ter muita gente além dos atletas? E se for uma competição, vai precisar de espaço reservado só para pagantes dos ingressos? Um longo campeonato vai ter divulgação na mídia e conquistar público massivo? Tem staff e seguranças suficientes para isso?
Uma infinidade de fatores deve ser considerada para cada evento, mas também existem condutas e regras fundamentais e imprescindíveis em qualquer situação, além de leis que definem o que pode e o que não pode ser feito e até critérios predeterminados para dimensionar seu plano de proteção e cuidados com todos.
Agora, dá uma hidratada, prepara o fôlego e corre o olho neste artigo recheado de informação!
Existe lei sobre segurança em eventos?
Esta é a primeira coisa que você precisa saber se for organizar um evento esportivo: sim, existe lei para segurança! É a Lei 10.671, também conhecida como “Estatuto do Torcedor”. Ela foi criada em 2003, com o propósito original de regulamentar os direitos e deveres dos torcedores e de estabelecer medidas para garantir proteção de todos e evitar violência.
A lei foi ampliada com o passar do tempo, passando a servir também para eventos culturais, corporativos ou mesmo festividades em geral. Isso significa que ela também se aplica mesmo que seu evento tenha um caráter mais recreativo. Anotou?
A partir disso, entra o ponto-chave a ser ponderado por você antes mesmo de planejar a segurança do seu evento: defina claramente o tipo e o tamanho da competição.
Confira, adiante, algumas dicas para ajudar nesse processo, já considerando o que a lei exige.
O que considerar para definir a segurança de um evento esportivo?
Pensando na garantia de um evento que seja primeiro lugar no pódio, considere, para garantir a segurança de todos, o tipo de disputa ou recreação, o perfil do público esperado, o local que sediará o momento tão esperado e a capacidade desse local em relação à lotação.
Busque saber mais sobre o histórico de eventos semelhantes e, voltando à lei, estude-a aprofundadamente.
A partir daí, defina quantas pessoas farão parte da equipe de profissionais especificamente contratados para controle de entrada e saída, monitoramento durante o evento etc.!
1. Tipo de evento
O primeiro passo será definir o tipo de evento que você vai fazer.
Vale a pena conhecer detalhes sobre os principais eventos esportivos do Brasil para ter uma ideia das modalidades mais comuns, mas também é preciso estabelecer se o evento terá foco mais recreativo ou se será pura competição. Esse fator vai ser essencial para as próximas etapas.
2. Perfil do público
O tipo de evento diz muito sobre o público que vai frequentá-lo, então, partiu passo #2!
Se sua proposta for mais recreativa, a tendência é receber gente com perfil mais casual tanto na plateia quanto entre os atletas, ao contrário do que acontece em competições. Dependendo da seriedade da disputa, inclusive, torcidas mais organizadas tendem a participar – e podem precisar de atenção especial.
A lógica é simples: quanto mais focado(a) você estiver em organizar uma competição esportiva, maior cuidado precisará ter com eventuais desentendimentos.
3. Capacidade do local
Em corridas de rua, a área destinada para espectadores costuma ser bastante reduzida já que o foco do evento é centralizado nos corredores. Em um estádio de futebol, por outro lado, os torcedores dominam um espaço enorme.
Qual será a capacidade do local que sediará o seu evento? Pense sobre isso para seguir em frente com as definições de segurança.
4. Histórico de eventos anteriores
Em seguida, considere informações de eventos anteriores realizados no mesmo local e/ou com características semelhantes para avaliar possíveis padrões relevantes. Exemplos similares que deram certo são ótimos, mas exemplos que tenham enfrentado dificuldades podem dar ideias melhores ainda! É o famoso saber o que não fazer, né?
5. Legislação e regulamentos
Por último, estude tudo o que for lei, normativa e regulamento (até os internos de outras competições) de forma aprofundada.
A Lei 10.671 não define questões como dimensão dos eventos ou locais permitidos para sua realização, mas estabelece parâmetros para a segurança de competidores e do público – suas pecinhas fundamentais.
Atenção para:
- direito à informação, assistência, segurança, acessibilidade, tratamento digno;
- deveres, como respeito, cumprimento das normas, não violência, não racismo;
- controle, policiamento, monitoramento e prevenção;
- transparência, preço justo e regras de cobrança meia-entrada nos ingressos;
- combate à violência a partir de acesso restrito, punições e reforços;
- adaptação, inclusão e acessibilidade;
- restrições a objetos e condutas inadequados;
- sua responsabilidade com organização, infraestrutura e cuidado; e
- possíveis penalizações, incluindo multas, suspensões e punições legais.
Tudo isso tem a ver com segurança!
Além do quê, existem regulamentações específicas a serem observadas em âmbito estadual e municipal, portanto, escolhido o local para a realização do seu evento, cabe verificar com os órgãos públicos da região quais as exigências para prosseguir com o planejamento.
Essa última etapa pode até ser um fator “de corte” se forem identificados riscos por questões como dimensionamento inadequado do espaço ou margem muito pequena de proteção das pessoas.
Afinal, quando o público máximo permitido fica muito próximo da quantidade calculada para o evento, parece arriscado, não acha? |
Uma vez estando tudo certo, monte a sua equipe.
Como montar uma equipe de segurança de eventos em 5 passos
Para montar uma equipe que ajude você a garantir a segurança em eventos esportivos, preveja o que pode dar errado e pense em cada detalhe de como realizar uma competição bem planejada. Estar pronto(a) para imprevistos não basta: é preciso ficar sempre um passo à frente e calcular riscos.
O ideal é errar o número de trabalhadores para mais, nunca para menos!
Confira, adiante, um esquema tático ideal para montar um time campeão na defesa.
1. Analise riscos
Realize uma análise detalhada dos riscos potenciais associados ao evento, como os de tumultos, brigas ou mesmo venda de ingressos falsificados. Pondere riscos internos, externos e ligados ao esporte.
- Riscos internos: relacionados à infraestrutura, público e histórico de eventos semelhantes.
- Riscos externos: que tenham a ver com local, exposição ao clima e torcida organizada.
- Riscos relacionados ao esporte: como lesões e uso de equipamentos perigosos.
Tá aí porque é tão importante definir claramente o tipo de evento que vai realizar.
2. Garanta serviços de emergência
Garanta a disponibilidade dos serviços de emergência, como atendimento médico, bombeiros e polícia.
A legislação de quantos trabalhadores de cada uma dessas frentes é obrigatória nos eventos pode variar de lugar para lugar e também podem haver leis específicas para presença ou não de ambulâncias, por isso, vale verificar essa “cobertura” assim que concluir sua análise de risco e com antecedência.
3. Estabeleça uma comunicação efetiva
Estabeleça canais claros de comunicação entre sua equipe de segurança, você, outros organizadores e os responsáveis pelos serviços de emergência. Tudo para garantir uma resposta rápida e coordenada a qualquer situação. É entrosamento que fala, né?
4. Trace um plano de contingência
Elabore também um plano de contingência detalhado, considerando os diferentes cenários de risco ponderados no momento da sua análise e definindo procedimentos a serem seguidos em caso de incidentes.
A contingência será um bom parâmetro para determinar seu efetivo máximo no dia do evento.
5. Defina quantidade de pessoas trabalhando
Enfim, pense que, se não há pessoal para atender o pior cenário previsto, não há segurança adequada no seu evento.
A partir daí, defina quantos seguranças você vai precisar: um número X para o controle da entrada e um número Y para rondas no espaço durante todo o evento, considerando pausas para intervalos de todas essas pessoas e planejando nunca deixar nenhum posto vazio.
O cálculo do contingente de segurança deve obedecer à dimensão do acontecimento, o que pode ficar difícil de vislumbrar especialmente porque não existe exatidão ou fórmula para isso, então, talvez uma simulação a partir de um exemplo mais prático ajude bastante!
Exemplo de estrutura de segurança para eventos esportivos
Aqui vai um exemplo prático simulado de estrutura de segurança para eventos esportivos. O evento? Uma maratona com 5 mil participantes. O público esperado? Pelo menos 10 mil espectadores. Gente a valer!
Análise de Riscos |
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Definição de critérios e especializações |
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Cálculo da equipe de segurança |
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Número mínimo de profissionais necessários na equipe de segurança do evento → 100 seguranças + 10 socorristas = 110 profissionais |
Note que as proporções dos profissionais desempenhando diferentes funções mudam bastante e isso também vai variar de acordo com a modalidade esportiva do evento e principalmente o público participante.
No caso da maratona, o monitoramento e os cuidados se concentram na largada e na chegada e, por isso, talvez dê para contar com cerca de uma centena de profissionais e seja suficiente. Mas nem sempre é assim!
Vale a pena contratar ajuda profissional para ajudar nesse cálculo complexo e usar uma boa plataforma organizadora de eventos para ter mais certeza do número de inscritos, principalmente. Assim, você gasta só o necessário.
E quanto custa uma equipe de segurança para eventos?
A resposta mais honesta para essa pergunta é um “inconveniente” depende: o custo médio de uma equipe pode variar de R$ 1.500 a R$ 5 mil por dia, mas saber qual o valor da diária de um segurança de evento talvez seja um jeito melhor de pensar em orçamento.
Dependendo da empresa de segurança e da experiência do profissional terceirizado, o valor médio da diária varia entre R$ 150 e R$ 300. Outra opção é contratar seguranças particulares.
Quanto custa um segurança particular?
O valor médio da diária de um segurança particular gira entre R$ 100 e R$ 300 a hora.
Por essa e outras razões nem sempre é recomendado escolher esse tipo de profissional para a proteção de atletas e torcedores de eventos esportivos.
Existe uma grande diferença entre seguranças que atuam protegendo indivíduos e aqueles que atuam junto ao público e, na maioria das vezes, terceirizar se encaixa melhor na proposta da organização de campeonatos, torneios e outros.
Dito isso, lembre-se que competir é muito saudável nos esportes, mas, na idealização da sua competição, o trabalho de bastidor deve ser pura cooperação. Escolha ferramentas e profissionais de primeira para assegurar sua vitória e, novamente, recorra à tecnologia para organizar tudo de um jeito mais fácil e rápido. Você vai arrasar! Boa sorte!
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