8 principais regras do surfe do amador ao profissional

Quer se divertir no final de semana ou seguir carreira como surfista profissional? Respeitar a segurança de todo mundo que está na água e na praia é essencial. Antes de cair no mar, leia este artigo e conheça as regras do surf!

Por Redação 31 de Agosto de 2023 - Atualizado em 04 de Setembro de 2023 15 min. de leitura

Atleta feminina surfando uma onda no mar

Esporte radical praticado no mar, o surfe tem regras de convivência que valem em qualquer idioma e pelos quatro oceanos de todo o mundo. O “código de etiqueta do surfe”, como essas regras são conhecidas, foi pensado para manter todos os que estão na água seguros e ajudar a evitar lesões e até mesmo brigas.

Um surfista, uma onda: essa é a primeira de uma série de condutas que devem ser seguidas por iniciantes, veteranos, locais – ou não – e atletas profissionais. Além da exclusividade, a prioridade na onda é sempre do surfista que estiver mais próximo do pico.

E não importa se você só quer se divertir no final de semana ou tem pretensão de seguir carreira! Prepare-se para cair no mar, remando por este artigo até o final. 

Antes de mais nada: é surfe ou surf?

As duas formas de escrever e falar estão corretas. A origem do nome vem do inglês, “surf”, que deriva de “surface”, que significa “superfície”. Essa é uma referência direta ao local onde é praticado o esporte: na rebentação das ondas e, portanto, na superfície marítima.

No sentido de uma prática na qual o objetivo é deslizar sobre a crista das ondas do mar, a humanidade usa surfe ou surf desde 1917. Qual você costuma adotar e por quê?

Como funciona o surfe e qual a história do esporte?

“Surfar” significa deslizar pelas ondas do mar usando uma prancha, mas fazer isso não é tão simples quanto parece! Um(a) surfista deve colocar a prancha na água e levá-la até uma parte mais funda, deitar sobre ela e, em seguida, remar na direção do local de formação das ondas usando os dois braços. Só depois que ele(a) ficará em pé oficialmente.

Aí, manter o equilíbrio enquanto o próprio movimento marinho carrega a prancha em direção à costa será o desafio principal.

A narrativa histórica mais conhecida sobre essa atividade conta que ela nasceu nas Polinésias, um conjunto de ilhas no Oceano Pacífico.

Acredita-se que os pescadores de lá criaram o hábito de ir à praia levando tábuas de madeira e as utilizavam para deslizar nas ondas até que, posteriormente, isso se tornou um também uma forma de lazer entre o povo daquela região.

Apesar disso, foi no Havaí que o surfe passou a ser praticado como esporte e também foi só a partir dos anos 50 que os surfistas ganharam muita popularidade nos Estados Unidos, principalmente na Califórnia.

Na década seguinte, em meados de 1960, o surfe se tornou uma prática profissional e, nos Jogos de Tóquio em 2020, teve sua estreia olímpica, mas as boas práticas para pegar ondas vão além das competições. Anote regras importantíssimas, lendo com atenção os tópicos a seguir.

Quais são as regras do surf?

Prioridade e exclusividade na onda, cuidado com a prancha, atenção à remada, respeito à fila de espera e à praia, atenção aos demais surfistas e humildade para se desculpar caso cometa algum erro são as oito principais regras do surfe, difundidas pelos praticantes em todo o globo.

Entenda mais sobre cada uma delas na lista a seguir.

1.  Quem chegar primeiro tem preferência

Tem surfista próximo(a) do pico da onda? A preferência é dele(a)! Se você está remando para pegar uma onda à direita e, olhando por cima do seu ombro esquerdo, vê outra pessoa chegando para entrar naquela mesma onda, dê prioridade. Tudo isso entra nas regras básicas do surfe e no famoso código de etiqueta da modalidade.

Confira as demais práticas que valem tanto para os iniciantes quanto para os big riders, aqueles surfistas que apostam alto – literalmente! – e buscam ondas de 5 metros para mais.

2.  Para cada onda, uma pessoa!

Um(a) surfista jamais deve “invadir” a onda em que outro(a) esteja entrando ou surfando. Quando houver mais de uma pessoa em uma onda que quebre para os dois lados, por exemplo, as duas devem se organizar para que vá cada uma para um lado e ambas consigam aproveitar.

Em situações em que há fila para pegar ondas, quem está há mais tempo lá sempre terá prioridade. Depois de “desembarcar” na praia, o(a) surfista rema de volta até o mar e retorna ao fim da fila.

3.  Não drope na frente dos outros

Se alguém com prioridade na fila da onda estiver prestes a pegá-la ou já estiver surfando nela, não entre na frente e, portanto, como dizem os surfistas, não “drope” antes dessa pessoa.

Além de ser extremamente irritante e motivo de brigas desnecessárias, o “drop-in” fora de hora é a causa de muitos acidentes no mar, uma vez que o bico e as quilhas das pranchas podem causar machucados seríssimos.

E as pranchas podem estragar em casos de colisão!

Ajude a garantir a segurança dos eventos esportivos em alto mar e não faça com os outros o que você não gostaria que fizessem com você.

4.  Olhe bem por onde passa – ou melhor, rema

Não reme entre os surfistas que estiverem pegando ondas junto com você: reme ao longo do canal e não onde as ondas estão se formando ou, se precisar, em uma área menos movimentada.

Depois de surfar a sua onda, evite também remar de volta por onde as outras pessoas estiverem surfando para não cortar a onda delas (literalmente). Nesse caso, há duas opções mais adequadas: esperar ou remar em direção à espuma do mar, para as laterais.

5.  Jamais solte a sua prancha

Usar o strap, aquela cordinha que segura a prancha, sempre amarrada ao seu tornozelo é essencial. Um descuido nesse sentido pode representar riscos sérios tanto para você quanto para outras pessoas na água, já que a prancha solta no mar pode atingir qualquer um e causar lesões graves.

6.  Não “dê a volta” nos outros surfistas

Remar em volta de um ou mais surfistas para ficar sempre mais perto do pico e garantir a prioridade constante nas ondas é proibido em qualquer lugar do mundo, apesar de ser algo muito mais comum do que as pessoas gostariam.

“Dar a voltinha” em quem também está no mar é um comportamento bem desrespeitoso, que acontece muito quando a área está “crowdeada”, ou seja, quando muita gente está surfando no mesmo lugar.

crowd = galera, multidão

Não seja egoísta e não crie malabarismos para pegar todas as ondas. Seja paciente, afinal tem mar para todo mundo.

7.  Respeite a praia

Ao tratar a natureza com respeito, evitando deixar lixo na areia, preservando a vegetação costeira e respeitando as regras de acesso, um(a) surfista contribui para a conservação dos ecossistemas marinhos e, portanto, daquilo que ele costuma chamar de “segunda casa”.

Sua atitude também influencia positivamente outros frequentadores e contribui com as comunidades locais, promovendo um senso de responsabilidade coletiva pela preservação do litoral. Uma praia respeitada e bem cuidada oferece condições mais seguras para que você, os outros e as gerações futuras pratiquem o esporte.

8.  Errou? Peça desculpas

Se, acidentalmente, você dropou na frente de alguém que não viu ou atrapalhou a onda de outro(a) surfista sem querer, um pedido de desculpas é sempre a melhor saída. Seja educado(a) e, quando estiver surfando em um lugar que não conhece, respeite os nativos e locais.

Além da conduta universal, existem algumas regras específicas para competições. Continue a leitura!

Regras do surfe em competições

Em competições oficiais valem as regras gerais e as regras do surfe profissional, como foi nos Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020, evento no qual os principais objetivos dos atletas eram se manter na onda pelo maior tempo possível e realizar o maior número de manobras.

Cada evento e cada país podem representar a adoção de um regulamento exclusivo e, no Brasil, é justamente a Confederação Brasileira de Surfe (CBSurf) que indica quais normas devem ser adotadas em todas as categorias.

Campeonatos brasileiros

Salve algumas das regras do campeonato de surfe no Brasil para não esquecer e, em seguida, veja as respostas para as principais perguntas sobre o tema! ⬇

  • As competições que seguem as regras indicadas pela CBSurf são divididas em baterias iniciais de quatro surfistas. Em situações excepcionais, baterias de cinco atletas poderão ser disputadas.
  • Dois dos competidores da primeira fase avançam para a seguinte.
  • Em casos de repescagem, os surfistas derrotados anteriormente competem entre si e ganham uma segunda chance de continuar na competição.

Apesar de ainda não fazer parte dos principais eventos esportivos no país, o surfe nacional conta, hoje em dia, com cerca de 35 milhões de praticantes. Bastante gente, né?

Quanto tempo dura cada bateria de surfe?

Nas primeiras fases dos campeonatos que acontecem em território nacional, cada bateria deve ter, no mínimo, 15 minutos de duração. Já nas finais, o tempo mínimo aumenta para 20 minutos. O início das baterias é sinalizado com um toque de sirene e o encerramento é indicado por dois toques da mesma sirene.

Qual é o limite de ondas que um(a) surfista pode pegar?

Segundo a CBSurf, o número máximo de ondas permitidas por bateria, bem como a quantidade que será considerada para efeito de classificação, fica a critério do diretor técnico de cada prova e do juiz principal.

A definição acontece em função das condições do mar no dia do evento.

Cada atleta deve ser informado(a) quando restarem apenas duas ondas válidas, quando faltar uma onda e quando estiver completo o número máximo de tentativas da bateria em questão. Se ele(a) surfar mais do que o limite permitido, poderá ser penalizado(a) com uma multa no valor da inscrição para cada onda extra.

Quais devem ser as condições do mar para o surfe profissional?

O tamanho mínimo de onda exigido em competições regidas pela CBSurf é de 30 centímetros. Caso o mar não apresente esse pré-requisito na data do campeonato, ele deverá ser realizado em outro local ou remarcado.

Como funciona a pontuação de um campeonato de surfe?

Os cinco juízes responsáveis por avaliar os surfistas dão notas de zero até 10 para cada onda surfada e, de todas as avaliações feitas sobre a performance de uma mesma onda – por cada um dos juízes – as notas mais alta e mais baixa são descartadas.

Calcula-se a média simples das três pontuações válidas e, assim, fica determinada a avaliação do atleta. Então, um competidor que receber notas 9, 8, 7.8, 9.2 e 8.5 numa onda, seguindo as regras ficaria com 8.5 na nota final.

Para definir os pontos, os juízes consideram uma série de critérios, como o nível de dificuldade da manobra realizada, se ela foi concluída ou não, e a versatilidade do(a) surfista para executar diferentes movimentos.

Somente as duas melhores ondas são consideradas na pontuação final do(a) atleta na hora de saber se ele(a) passou para a próxima bateria e, ao final da bateria, essas maiores pontuações de cada surfista serão destacadas e somadas.

Quem obtiver mais pontos segue para a próxima fase.

De acordo com essa regra, o máximo que um surfista pode alcançar são 20 pontos por bateria, ou seja, uma média 10 nas duas melhores ondas surfadas. E ai de quem desobedecer a prioridade e prejudicar outros colegas!

Regra da prioridade do surfe

Assim como em qualquer praia, um(a) surfista que estiver na parte interna da onda tem o direito de surfá-la por toda sua extensão. Em campeonatos, caso os juízes interpretem que outro competidor prejudicou a pontuação que o(a) surfista poderia alcançar, será caracterizada a chamada “interferência”.

O atleta que dropar na frente do outro somará apenas uma onda na média final e terá sua nota na bateria definida apenas pela sua melhor onda surfada.

Agora, veja normas de outras competições.

Liga Mundial de Surfe (WSL)

A Liga Mundial de Surfe (WSL) é o mais famoso campeonato esportivo de surfe e já foi vencido seis vezes por brasileiros: três por Gabriel Medina (2014, 2018 e 2021), uma por Adriano de Souza (2015), uma por Ítalo Ferreira (2019) e uma por Filipe Toledo (2022). Ao contrário de outra disputa famosa, o Championship Tour, disputado em pontos corridos – e, inclusive, complementar à Liga Mundial –, a WSL é composta por etapas e disputada em formato eliminatório.

Esse torneio acontece em cada um dos países listados a seguir.

  • Austrália
  • Brasil
  • Indonésia
  • África do Sul
  • Taiti
  • França
  • Portugal
  • Estados Unidos

Das 11 etapas, três são disputadas na Austrália, um dos mais populares destinos do surfe, e a etapa brasileira ocorre no Rio de Janeiro.

As regras do surfe WSL que você precisa conhecer envolvem quantidade de participantes, divisões de fases e baterias, critérios para a definição de vencedores e para rebaixamento e pontuações. A disputa é sempre separada para homens e mulheres.

WSL masculino

No WSL masculino, a elite é composta pelos 34 surfistas que alcançam e se mantêm nas melhores posições do ranking mundial. São adicionados ao grupo mais dois surfistas convidados ou qualificados por meio de outros torneios.

Ao todo, 36 surfistas participam do torneio e cada etapa acontece em sete fases.

  • Na primeira fase, os 36 surfistas são divididos em 12 baterias com três competidores cada. Essa fase não é eliminatória, e os dois primeiros de cada bateria avançam diretamente para a próxima, enquanto o terceiro colocado vai para repescagem.
  • Na repescagem, os 12 surfistas derrotados na primeira fase são divididos em 4 baterias de 3 competidores cada. Os dois primeiros de cada bateria avançam para a terceira fase – mesma à qual avançaram os vencedores da primeira fase –, enquanto os perdedores são eliminados, terminando em 33º lugar.
  • Na terceira fase, os 32 surfistas restantes competem em 16 baterias no formato de confronto direto. Os vencedores de cada bateria avançam para as oitavas de final e os perdedores, eliminados, encerram suas participações, terminando em 17º lugar.
  • Nas oitavas de final, os 16 surfistas restantes são divididos em 8 baterias em formato de confronto direto. Os vencedores das baterias avançam para as quartas de final, enquanto os perdedores são eliminados e terminam em 9º lugar.
  • Nas quartas de final, os 8 surfistas são divididos em 4 baterias. Os 4 vencedores dessas baterias se classificam para as semifinais, enquanto os perdedores terminam a etapa em 5º lugar.
  • Na semifinal, ocorrem duas baterias com dois surfistas cada. Os vencedores de cada bateria se enfrentam na final, enquanto os eliminados encerram a etapa empatados em 3º lugar.
  • Na bateria final, o surfista que conseguir a maior pontuação total será o campeão do Championship Tour e, portanto, de uma etapa do WSL. Ele receberá 10.000 pontos e deverá acumular ainda mais nas próximas etapas se quiser ser vencedor do WSL.

Os surfistas nas últimas colocações e os lesionados ficam com apenas 265 pontos cada um e, para vencer lá na frente, precisarão, sem dúvidas, contar com o que o destino ainda os reserva.

As pontuações acumuladas no decorrer de todo o ano definem quem ficará na elite e quem será rebaixado no ranking mundial do surfe. Do total de surfistas, 22 ficam e outros 10 competem entre si na chamada “divisão de acesso”, para definirem seu futuro para o próximo ano. O restante é rebaixado, algo que não acontece, por exemplo, nas Olimpíadas.

Regras do surfe nas Olimpíadas

Incluído nas Olimpíadas pela primeira vez nos Jogos de Tóquio 2020, o surfe contou com 20 atletas homens e 20 mulheres, sendo dois por país em cada gênero, no máximo. Foram níveis hierárquicos que determinaram como os combates aconteceriam. Dá uma olhada!

  • O nível 1 foi composto pelos 10 primeiros homens e as 8 primeiras mulheres do Championship Tour do ano anterior.
  • Para o nível 2, foram selecionados os primeiros 4 homens e as primeiras 6 mulheres elegíveis do ISA Games 2020, jogos mundiais organizados pela International Surfing Association.
  • O melhor atleta do Pan-Americano 2019 e os melhores surfistas da África, da Ásia, da Europa e da Oceania, de acordo com o ranking ISA fizeram parte do nível 3.
  • O nível 4 recebeu o campeão da Copa da Nação Anfitriã, realizada somente entre japoneses.

O brasileiro Ítalo Ferreira conquistou a medalha de ouro no surfe masculino durante o evento, com nota 15,14. A medalha de prata ficou com o japonês Kanoa Igarashi, que teve nota de 6,60.

Na disputa pelo bronze, o brasileiro Gabriel Medina enfrentou o australiano Owen Wright e perdeu por pouco, mas todos os representantes da nação acabaram fazendo parte da história com suas participações e o esporte ganhou ainda mais destaque entre crianças, jovens e adultos depois disso.

Cada onda surfada representa uma motivação nova, diz aí!

Agora que você conhece regras e curiosidades importantes, que tal levar todo esse conhecimento para o mundo e contribuir para evolução da modalidade organizando campeonatos entre os amigos ou na cidade onde você vive? Comece a se planejar!

Conte com uma plataforma online para desenvolver e divulgar seus eventos esportivos sem gastar tanto tempo ou dinheiro e veja uma maré de ainda mais sucesso chegando.

Deixe seu comentário ou dúvida

Deixe seu e-mail e fique por dentro de tudo que acontece
no mundo do esporte!

Seu cadastro foi enviado com sucesso!

Em breve você receberá em seu email, todas as
novidades, dicas e promoções da Atletis.

Navegue em nosso blog por assunto